A agência de risco Fitch concedeu rating nacional de longo prazo “A+ (bra)” à QI Tech, startup de infraestrutura para serviços financeiros. A nota, acompanhada de uma perspectiva estável, é a maior entre as fintechs brasileiras, impulsionada por fatores, como crescimento, liquidez e diversificação de linhas de receita.
“O rating é mais uma ferramenta para ilustrar a credibilidade que a QI Tech tem como negócio para seus clientes, parceiros e mercado“, afirma Pedro Mac Dowell, fundador e CEO da companhia. O documento também estabelece à empresa uma avaliação “F1+(bra)” no rating nacional de curto prazo, e é a primeira avaliação da QI Tech por parte de uma agência de risco.
Segundo o relatório, a receita líquida da QI Tech foi de R$ 102 milhões no primeiro semestre de 2023, o que coloca a companhia em uma trajetória de crescimento de 63% quando comparado com 2022. A Fitch aponta as métricas de rentabilidade da QI Tech como “fortes e acima da média de outras instituições avaliadas“.
“O crescimento consistente da QI Tech reflete a satisfação dos nossos clientes com a nossa tecnologia e atendimento. Além disso, é fundamental ter robustez financeira para suportar o crescimento das operações de crédito”, explica Marcelo Bentivoglio, cofundador e CFO.
Linhas de negócios como ponto positivo no olhar da Fitch
A QI Tech conta com quatro linhas de negócios, todas elas no modelo “as a service” e criadas de maneira a formar um ecossistema para seus clientes, em geral grandes corporações e também players do mercado de capitais. O modelo foi atribuído com “diversificação crescente” por parte da Fitch, um ponto positivo na construção do rating.
As operações de crédito, com estruturação de esteiras de emissão para consignados públicos e privados, financiamentos e outros tipos de dívida são feitas pela QI SCD, primeira Sociedade de Crédito Direto homologada pelo Banco Central (Bacen) e respondem pela primeira linha de negócios da companhia, chamada de Lending as a Service (LaaS).
A companhia foi rotulada com “risco de crédito limitado” pela Fitch, que ainda reforça que “a qualidade dos seus ativos reflete os riscos de títulos públicos“.
No LaaS, a QI Tech emite crédito para seus clientes por meio do balanço da SCD, posteriormente cedendo os títulos para veículos de investimento especializados, o que permitiu a classificação da Fitch como “uma instituição com baixo uso de balanço”.
A mesma SCD é utilizada para o Banking as a Service (BaaS), unidade de negócios que oferece a infraestrutura tecnológica e regulatória para a construção de (i) bancos digitais tanto por API quanto white label; (ii) centrais de pagamentos e recebimentos com Pix e boletos em alto volume; e (iii) gestão de contas livres e escrow para seus clientes.
Como uma camada de segurança para toda a jornada de bancarização e crédito, a companhia oferece onboarding digital, antifraude Pix e transacional e análise e motor de crédito, todos impulsionados por tecnologias como reconhecimento facial, IA, scan de dispositivos e geolocalização. Essa é a terceira linha de negócios da QI Tech.
“Os nossos volumes operacionais cresceram muito rápido, por isso sentimos a necessidade de trazer mais segurança operacional para os nossos clientes”, afirma Marcelo Buosi, cofundador e COO da empresa.
Com as operações crescentes, a QI Tech criou em 2023 uma DTVM (Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários) high-tech para atender o mercado de capitais. Apta a movimentar ativos em alta frequência e automatizar processos na administração e custódia de fundos de investimento, a QI DTVM foi classificada como uma forma de diversificação de receita pela Fitch.
“Queremos atender a jornada de crédito de ponta a ponta para o mercado, e a diversificação de produtos e serviços não só nos abre mais linhas de receita mas também permite avenidas de crescimento tanto com novos clientes quanto com a base existente“, diz Mac Dowell. “Hoje conseguimos atender qualquer empresa que queira participar desse movimento de embedded finance ou oferecer produtos financeiros a seus consumidores, e buscamos ser one-stop-shop para esse cliente.”
Segundo a Fitch, há a possibilidade de elevação de rating “se a QI Tech for capaz de manter a atual trajetória de crescimento e expansão de receitas, com a gradual melhora na diversificação de sua base de clientes e produtos, combinada com a manutenção de seus atuais índices de rentabilidade, qualidade de ativos, capital e liquidez”.